SP debate desafios para o setor de CT&I em conferência estadual na capital paulista
Ao final do evento, será produzido um relato com todas as principais conclusões, recomendações, necessidades e demandas para a área.
Durante a abertura da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Cecti) de São Paulo, realizada ontem (07), na capital paulista, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antonio Zago, fez uma avaliação do setor de CT&I no Brasil.
Para ele, o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) possui grandes desafios para assegurar a estabilidade na provisão dos recursos necessários para a realização de pesquisa e desenvolvimento em todas as regiões do país. “Para superá-los, é preciso fortalecer os sistemas regionais e estaduais e que os esforços sejam descentralizados”, afirmou.
O evento, realizado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, tem o objetivo de preparar as contribuições do Estado para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que acontecerá de 04 e 06 de junho, em Brasília (DF).
Na avaliação de Zago, um dos desafios a serem vencidos pelo sistema de CT&I do Brasil é a heterogeneidade e os desequilíbrios regionais. Mais de 35% da produção científica do país, por exemplo, está concentrada em São Paulo, que tem quase 22% da população e gera um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Eventos preparatórios estão sendo realizados em todos os Estados da federação. A agenda pode ser conferida pelo link: https://5cncti.org.br/#agenda-eventos.
“O grande objetivo desta conferência estadual é estabelecer um fórum amplo de discussões, buscando definir prioridades e recomendações para o planejamento de ações de financiamento da ciência brasileira”, disse Glaucius Oliva, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) e presidente da conferência estadual.
A primeira sessão do encontro foi sobre financiamento e organização da pesquisa e da inovação. O debate contou com a presença de representantes de diversas entidades como: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Sebrae for Startups; e da Fundação Tide Setubal. Já a segunda sessão abordou o fortalecimento dos sistemas regionais e estaduais de CT&I, com a participação de representantes da USP; Procuradoria do Estado; Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM); e Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec).
“Esta conferência estadual contribuirá não apenas para levarmos sugestões para a conferência nacional, mas também nos ajudará a discutir internamente como vamos conduzir as nossas próximas ações voltadas ao fortalecimento da CT&I no Estado de São Paulo”, disse o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Vahan Agopyan.
Para concluir o encontro, será produzido um relato com todas as principais conclusões, recomendações, necessidades e demandas para o planejamento da ciência do Estado de São Paulo e do Brasil, que será disponibilizado para a comunidade científica e enviado para a comissão de sistematização da 5ª CNCTI para pautar as discussões durante o evento.
5CNCTI– A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação é o mais importante e democrático evento voltado ao debate das políticas públicas do setor. Realizado pelo MCTI, o encontro acontecerá de 4 a 6 de junho, em Brasília (DF), com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
O evento conta com a organização do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo MCTI, e articulação de mais de 40 instituições e oito ministérios.
A CNCTI tem caráter consultivo e volta a ser organizada depois de um hiato de 14 anos. Seu objetivo é discutir junto à sociedade as necessidades na área de CT&I e propor recomendações para a elaboração de uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) que deverá ser seguida pelos próximos anos (2024-2030). A nova estratégia substituirá a de 2016-2023, que durante o evento, também terá seus programas, planos e resultados analisados.
(Com informações da Agência Fapesp, com colaboração de Elton Alisson)