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Recife coloca periferias no centro do debate sobre Ciência, Tecnologia e Inovação

O encontro reuniu moradores das comunidades periféricas, gestores públicos, acadêmicos, empresários e representantes de organizações sociais  

Publicado em 15 abr 2024.
Abertrua da conferência contou a participação da ministra Luciana Santos e do prefeito do Recife, João Campos. Foto: Diego Galba(ASCOM/MCTI)

Um dia inteiro para abordar ações com foco na periferia e centro da cidade. A Conferência Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do Recife discutiu a participação social, com o objetivo de simplificar, ampliar e fortalecer o debate sobre CT&I para as favelas e comunidades do Recife, estimulando a inclusão popular efetiva na formulação de políticas públicas. O eveto foi realizado nesta segunda-feira (15), com a participação da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do prefeito do Recife, João Campos.

A conferência municipal é uma reunião preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), que será realizada nos dias 4, 5 e 6 de junho, em Brasília (DF), depois de 14 anos de hiato.

O encontro teve foco em reunir moradores das comunidades periféricas da cidade, gestores públicos, acadêmicos, empresários, representantes de organizações sociais e demais indivíduos interessados no tema, para entender as demandas de vários setores da sociedade e o uso de tecnologia para solucionar desafios do município, através da criação de projetos que viabilizem uma construção social, tornando o Recife uma cidade mais tecnológica e democrática.

“A ciência não é uma coisa inalcançável, distante. Ela está em todo lugar. E ela existe para resolver os problemas das pessoas, do dia a dia. Por isso, acho uma bela escolha o tema dessa conferência, Desenvolvimento Social – Política Públicas de CT&I da Periferia ao Centro do Recife, porque a sabedoria de quem vive os problemas e as contradições precisa dialogar com a academia e o setor público”, disse a ministra, durante painel. 

Segundo ela, é determinação do presidente Lula governar ouvindo as pessoas. “Não vai ser a burocracia, dos técnicos e gestores isolados, por mais compromisso que tenham, que vai conseguir as soluções mais eficazes e efetivas. As melhores soluções vêm da inteligência coletiva, da inventividade e da percepção daqueles que no dia a dia sentem na pele as dificuldades e as soluções”.

“Isso para nós é muito caro, essa troca de experiências com todo o ecossistema, com a comunidade acadêmica, científica, com empresas, com o poder público municipal, estadual, então a conferência é isso, é essa troca de ideias para a gente construir a nossa estratégia nacional e um plano de ação para a política de ciência e tecnologia tão necessária no país. Vivemos recentemente estes tempos de negacionismo e temos que virar essa página”, acrescentou Luciana Santos. 

Para o prefeito João Campos, a conferência é um espaço fundamental para preparar a cidade para a Conferência Nacional. “Estão aqui reunidas as ideias, os conceitos, as provocações para que a gente leve a nível nacional aquilo que representa o Recife. E que a gente possa estruturar políticas públicas em diversos níveis que fortaleçam a Ciência e Tecnologia e, para fazer isso, é fundamental escutar e acompanhar a participação das pessoas como aqui está sendo feito”, declarou.

Também participaram do mesmo painel o reitor da Universidade Católica de Pernambuco, Pedro Rubens, e a CEO da Pajubá Tech, Luana Maria.

“A conferência é um grande passo na busca por soluções ainda mais inovadoras e democráticas para a nossa cidade. As soluções são construídas quando a gente escuta a população. E é isso que estamos fazendo: ouvindo as demandas de quem está na ponta para dialogar com gestores e outros representantes do poder público. Tudo começa na periferia e elas são parte da solução para os desafios do Recife.” afirmou Rafael Figueiredo, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife.

De acordo com Daniel Paixão, coordenador da conferência do Recife, mais de 200 pessoas participaram do evento. Os debates reuniram gestores públicos, privados e representantes de organizações sociais que têm trabalhos de fortalecimento das comunidades. Do lado da periferia, nomes como Luana Maria (Pajubá Tech); Tereza Oliveira (CEO da Café&Tech); Débora Paixão (Vice-Presidente do Fruto de Favela); Keven William (Estudante do Embarque Digital e Representante da Comunidade IV). E, representando o setor privado, Thiago Suruagy (SEBRAE) e Beatriz Oliveira (AMM/DiferenTI) também compuseram as mesas de palestras.

A Conferência da capital pernambucana contou com o apoio direto do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e com a coordenação geral da secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife (SECTI), além da colaboração da Secretaria Executiva de Transformação Digital (SETD), Empresa Municipal de Informática (Emprel) e Compaz.

Por Bel Neta, com informações da SECTI/Recife  

 

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