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Contaminação por mercúrio foi discutida em conferência livre 

Evento é parte de reuniões temáticas prévias à 5ª Conferência Nacional de CT&I

Publicado em 03 abr 2024.
Anderson Gomes, da 5CNCTI. Fotos: Marcelo Gondim

O Workshop “Ciência e Tecnologia para o combate à contaminação por mercúrio”, aconteceu nesta terça (02) e quarta (03), no auditório do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília. A programação faz parte das reuniões preparatórias da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação que será de 04 a 06 de junho, também em Brasília. 

Do evento saiu a proposta de criação de um grupo de trabalho interministerial, centralizado na Presidência da República, para coordenar ações do Estado brasileiro envolvendo os problemas causados pela contaminação do mercúrio. 

Os participantes do encontro sugeriram também a constituição de um segundo grupo, voltado para a dimensão da produção de conhecimento sobre o problema e que fornecerá as bases para a formulação de propostas de ações emergenciais e para o financiamento à pesquisa envolvendo o tema junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). 

A terceira  sugestão extraída dos debates do Workshop foi a de que o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) desenvolva uma linha de ação específica para acompanhar a produção científica atual e futura  relacionada  à contaminação por mercúrio no Brasil e, daqui a alguns meses, organize um encontro para sistematizar as pesquisas nessa direção.  O secretário-adjunto da 5CNCTI, Anderson Gomes, esteve presente no evento e falou sobre a responsabilidade da conferência quanto a aplicação de políticas públicas na área de CT&I após a finalização dos trabalhos. 

“Neste momento precisamos viabilizar um projeto”, concluiu o bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Pró-Reitor de Pós-graduação e Pesquisa do Centro Universitário SENAI-CIMATEC de Salvador, Bahia, Jailson Bittencourt de Andrade, coordenador da mesa do Workshop que tratou das discussões sobre o mercúrio do ponto de vista científico e que, ao final do encontro, foi apontado pelos participantes como o coordenador natural do grupo de trabalho que levará proposta de ação ao FNDCT. “Existe uma competência instalada no país que não estava toda ela aqui [no Workshop] mas que tem condições de desenvolver um bom trabalho, especialmente voltado a ações consertadas e não ações individuais. A parte consertada é extremamente importante para que você tenha uma direção e coloque o trabalho nessa mesma direção e isso vale também não só para os pesquisadores, mas para os ministérios”, comentou ele. 

Segundo  Jailson, o grupo do qual ele estará encarregado terá a missão de apresentar uma proposta factível para o FNDCT, a fim de iniciar trabalhos e ampliar outros que estão em andamento. A primeira questão a ser discutida, para ele, é a convergência sobre como quantificar esse mercúrio. “A parte empresarial é outro estágio desse trabalho”, afirmou.

“A partir da 5ª Conferência será elaborada a nova estratégia de ciência e tecnologia que vai nortear os investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para os próximos anos”, ressalta Raquel de Andrade Lima Coelho, diretora científica adjunta do CNPq, que representou o presidente deste Conselho, Ricardo Galvão, na abertura do Workshop. Segundo ela, o evento foi uma oportunidade única para reunir atores de diversos ministérios e pesquisadores, para o levantamento de propostas e temas que serão levados à conferência nacional, em junho. “Esse é um momento muito importante e a gente já vem conversando sobre os impactos do mercúrio na saúde, na natureza, no Brasil. Há cerca de dois anos a gente vem tentando com que esse tema tenha a relevância que ele merece”, disse ela, ao abrir o Workshop. 

O evento sobre o combate à contaminação por mercúrio teve duas mesas principais. A primeira delas tratou da questão a partir da visão governamental e dela participaram representantes da Casa Civil da Presidência da República e dos Ministérios dos Povos Indígenas, da Saúde, do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Ciência, Tecnologia e Inovação. A segunda mesa, por sua vez, tratou do problema sob a ótica do conhecimento científico. Coordenada pelo pesquisador Jailson Bittencourt de Andrade, a mesa reuniu ainda os também bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq Adalberto Luís Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); Anderson Stevens Leonidas Gomes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);  Luiz Drude de Lacerda, da Universidade Federal do Ceará (UFC),  Patricia Torres Bozza, da Fundação Oswaldo Cruz; Ricardo Kruger, da Universidade de Brasília (UnB) e o Coordenador de Pesquisa e Monitoramento do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM-OS/MCTO), Rafael Magalhães Rabelo. A ex-presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e professora da Universidade de Brasília (UnB), Mercedes Bustamante, participou do encontro representando a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Quem não conseguiu acompanhar o evento ou deseja rever algum trecho, pode acessar a íntegra das mesas e dos debates nos vídeos publicados no canal oficial do CNPq no Youtube.

Por Bel Neta, com informações do CNPq 

 

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