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Pesquisadores defendem expansão da ciência para o interior

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI) teve como tema “Para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.

Publicado em 02 ago 2024.
Foto: Diego Galba (Ascom/MCTI)

O terceiro e último dia da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI) recebeu a mesa de debate Educação Superior e os Sistemas Territoriais de Inovação. Durante a agenda, os participantes falaram sobre a expansão da ciência em todos os lugares do País e a importância das universidades estaduais e municipais.

Segundo o reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e presidente da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), Odilon Máximo, mesmo que as universidades do interior representem 40% das matrículas no ensino superior público, ainda há desigualdade. “A ciência é desigual, a distribuição da técnica é desigual. Precisamos fazer com que a educação de qualidade chegue nesses lugares, especialmente para os segmentos de baixa renda do nosso País”, disse.

Como desdobramento da falta de incentivo, a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ana Cristina Fernandes, pondera que há a redução de expectativas dos jovens moradores dessas regiões. “A desvalorização da base científica e tecnológica leva à falta ou redução de procura por parte dos jovens é isso um problema real e atual. Nós vemos diariamente a redução da procura pela carreira acadêmica e um nível de evasão bastante elevado. E isso é preocupante”, expôs a pesquisadora.

No mesmo contexto, o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Curi, considera que a presença na graduação e na pós-graduação é fruto da presença nos ensinos fundamental e médio. “Nós não conseguimos fazer inovação como se as pessoas nascessem na pesquisa, na pós-graduação. As pessoas não nascem no doutorado, não nascem no laboratório. Não, elas nascem na alfabetização brasileira e dessa trajetória”, afirmou Curi.

Segundo o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), em 2010, havia cerca de 3 mil programas de pós-graduação distribuídos em 194 municípios brasileiros. Em 2022, esse número subiu para 4,7 mil, em 324 municípios.

Já a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Goulart, afirma que para a inovação da educação, a relação direta com a sociedade precisa ser colocada em pauta. “Universidades do mundo têm falado da relação com a sociedade, do impacto que a pesquisa ou o trabalho tem para a sociedade”, finalizou.

5CNCTI- Realizada pelo MCTI e organizada pelo CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), organização social supervisionada pelo ministério, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação tem como principal objetivo discutir com a sociedade as necessidades na área de CT&I e propor recomendações para a elaboração de uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) até 2030. A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e WideLabs, e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

 Confira a íntegra do painel abaixo:

Fonte: Ascom/MCTI

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