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Painel discute estratégias para retomada do interesse dos jovens brasileiros na graduação e pós-graduação em C,T&I

Para especialistas, falta de empregabilidade e de um plano de carreira para pesquisadores e cientistas têm sido os principais motivadores da evasão de estudantes nas universidades.

Publicado em 02 ago 2024.
Foto: Rodrigo Cabral (Ascom/MCTI)

A falta de empregabilidade foi considerada por especialistas como o principal causador da evasão de talentos nas universidades brasileiras. Durante painel promovido pela 5ª Conferência Nacional de CT&I, foram destacadas a importância do diálogo das universidades com as empresas e indústrias, além da inclusão de outros ministérios e agências no incentivo à empregabilidade de cientistas e pesquisadores como soluções para retomar o interesse dos jovens brasileiros na graduação e pós-graduação.

A ausência de inclusão e de fortalecimento das diversidades também podem ser considerados determinantes para a evasão de grupos sub-representados. “Temos que gerar inclusão e diversidade para além das estatísticas. Incluir as pessoas que são minorias nas nossas instituições, mas não só trazê-los para universidade e deixá-los sem apoio. Fazer isso gera um grande risco da perda de conexão com seus coletivos. É preciso acolher e construir o pertencimento considerando suas origens, além de estimular e dar possibilidades dessas pessoas contribuírem efetivamente nos processos de construção de políticas de CT&I, garantir que eles tenham participação efetiva nas tomadas de decisão”, destacou a reitora da UFSB, Joana Guimarães.

Além de Joana Guimarães, o painel contou com a presença da pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Flávia Calé, do superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, Felipe Morgado, da diretora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Goret Pereira, e do diretor da Positivo, José Goutier. A coordenação do debate ficou sob a responsabilidade da pró-reitora de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carol Leandro.

Como sugestão para a permanência de talentos na universidade, sobretudo aqueles que estão no pós-doutorado, e de chamariz para incentivar a formação de novos cientistas,  Flávia Calé trouxe como recomendação a construção da carreira de pesquisador. “Pesquisador não tem plano de carreira, mas é necessário criar para que o talento possa dialogar com a universidade para além da docência e ainda se relacionar com a indústria, aplicar a pesquisa de forma que gere resultados e benefícios para a sociedade”, recomendou.

Garantir que os pesquisadores atinjam o objetivo final do seu trabalho, que é gerar benefícios para a sociedade, foi a preocupação da diretora da FGV, Goret Pereira. A gestora destacou a necessidade do fomento de escritórios de apoio ao pesquisador, iniciativa que já é aplicada em outros países e que contempla funções como direção, financiamento, disseminação, contratos, gestão administrativa, planejamento financeiro e tecnologia da informação (T.I). “É uma forma de aumentar o potencial de inovação que é gerado na pesquisa e no país. É preciso pensar no processo em que a ciência é feita. O pesquisador precisa de apoio. Ele não consegue e nem pode fazer tudo sozinho. No escritório de apoio ao pesquisador, existe o papel da instituição acadêmica para ajudar nessa relação e o governo para incentivar as instituições a dar esse apoio”, apontou Goret Pereira.

Para o superintendente do Senai, a educação superior precisa ser pensada com foco na resolução de problemas reais. “Porque não apostar na aprendizagem profissional com cursos de educação superior?”, questionou Felipe Morgado. “Se levarmos o modelo de aprendizagem para a graduação e pós-graduação vamos ampliar a quantidade de profissionais com conhecimentos e competências necessárias para a indústria”, sugeriu. “A academia precisa da indústria e a indústria precisa da academia. Mas precisamos conversar mais”, completou o diretor da Positivo, José Goutier.

5CNCTI- Realizada pelo MCTI e organizada pelo CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), organização social supervisionada pelo ministério, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação tem como principal objetivo discutir com a sociedade as necessidades na área de CT&I e propor recomendações para a elaboração de uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) até 2030. A 5ª Conferência conta com o patrocínio Master do Banco do Brasil e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), patrocínio Ouro da Positivo e WideLabs, e patrocínio Prata da Caixa Econômica Federal e Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Assista à íntegra do painel “Formação profissional de novos pesquisadores aos novos desafios e empregabilidade” na página do MCTI no Youtube.


Fonte: Ascom/MCTI.

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