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5CNCTI: etapa regional no Norte encerra no dia Nacional dos Povos Indígenas 

Proposições sugeridas também preservam os direitos e utilizam os saberes dos povos originários

Publicado em 19 abr 2024.
Cisnéia Basílio (bahsese e Wisú) e Lorena Marinho Araújo (Nanayo). Divulgação/ 5CNCTI

Prioridade do governo do presidente Lula, as políticas públicas efetivas para a população indígena, a começar pela criação do Ministério dos Povos Indígenas é uma realidade no Brasil. Na data de hoje, 19 de abril, quando é comemorado o Dia dos Povos Indígenas, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), encerrou suas atividades da regional Norte, em Manaus, com uma série de proposições que preservam também os direitos e utilizam os saberes dos povos originários. 

De acordo com Tanara Lauschner, subsecretária de Ciência e Tecnologia para a Amazônia (MCTI) , é essencial a ausculta dos povos tradicionais devido a sua ancestralidade. “Quando a gente fala em terra preta, cupuaçu isso teve a influência deles. Nós que não somos indígenas, precisamos aprender com eles a desenvolver ciência e tecnologia respeitando a floresta, a biodiversidade para a melhoria da vida de todos”, disse. 

A indígena Cisnéia Basílio (bahsese e Wisú) do povo Desana, do Alto Rio Negro, é geóloga, coordeadora do Núcleo de Froteiras do Amazonas e mora em Manaus. Ela participou dos debates e frisou a importância dos povos para o debate da CT&I. 

“Estamos nesta conferência de grande importância para o estado e para o brasil, estão sendo ouvidos . Neste dia 19, a palavra é de reexistência , estamos existindo e resistindo. Muitos parentes nossos não estão mais aqui para contar história. Resistimos a cada momento, a cada fala, a cada pesquisa que a gente desenvolve e a cada ritual que a gente tenta reconstruir de novo. Estamos nessa trajetória de resgate de uma história que nos foi roubada”, disse ela lembrando que os povos indígenas estão em todos os lugares. 

Do povo  Tariano, Lorena Marinho Araújo (Nanayo) falou sobre a celebração de luta dos nossos ancestrais . “Se não fosse essa luta e resistência dos nossos avós, nós não estaríamos fazendo aqui essas falas. Para nós é muito significativo os povos indígenas sempre ocuparem os espaços. Fomos por muito tempo silenciados. Queremos criar novos epistemes indígenas a partir das nossas vivências enquanto mulheres indígenas dentro das academias, fazendo entrelaçamento entre a ciência científica e a ciência indígena”, frisou ela em comemoração às conquistas e gratidão aos ancestrais. 

Por Bel Neta

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