Diagnósticos das conferências do RJ e ES são apresentados no segundo dia da Etapa Sudeste da 5CNCTI
Diretrizes da região serão encaminhadas para a fase nacional da conferência
O segundo dia da Etapa Sudeste da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (5CNCTI), em Vilas Velha (ES), iniciou com painel sobre o diagnóstico feito pela cidade do Rio de Janeiro (RJ), no setor de CT&I, em uma das suas duas conferências estaduais realizada a capital fluminense.
O painel contou com a participação da Profa. Dra. Angela Uller – Regional SBPC Rio de Janeiro; Natália Trindade – APG UFRJ; Luiz Carlos Ramiro Jr. – SECTI/RJ; Profa Renata Angeli – FAPERJ e UERJ com mediação do subsecretário Fabricio Repsold – SECTI RJ.
Angela Uller frisou os pontos discutidos na conferência estadual do Rio de Janeiro organizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “Precisamos de investimento em pesquisa na área de saúde do estado, a integração da periferia na ciência, assim como das juventudes”, salientou.
Já Natália Trindade chamou atenção para as necessidades dos estudantes pós-graduandos. Segundo ela, no Rio de Janeiro existe a perda de talentos para outros países, a precarização e uberização dos profissionais em determinadas áreas e a incongruências entre a demanda local e a titulação dos pós-graduandos.
Saúde, educação, indústria dos games e outros temas foram trazidos pelo representante da SECTI/RJ, Luiz Carlos Ramiro Jr. “O Rio teve um público de 865 pessoas, foram acolhidas 105 propostas, participaram 57 palestrantes, 13 apresentações e a participação de três instituições”, lembrou. A professora Renata Angeli explanou sobre a produção de programas e projetos da Faperj.
No painel do Espírito Santo, a doutora Luiza Medeiros falou dos valores das bolsas e das exigências da pós-graduação e sobre a necessidade de investimento para evitar a chamada fuga de talentos. Rodrigo Varejão Diretor Geral Fapes explanou sobre os projetos e programas da Fapes e a evolução das bolsas.
Pesquisador veterano do Espírito Santo, Elisardo Vasquez contou a sua trajetória e a importância da pesquisa no Brasil para a soberania nacional e a sua paixão pela ciência. “Cheguei a 200 trabalhos internacionais publicados. Mas faltava romper a bolha, por isso, criei o Museu de Biociências no Espírito Santo”, disse Vasquez, que também frisou a necessidade de financiamento para as pesquisas desenvolvidas por instituições privadas.
Representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Matheus Oggioni Beninca, apresentou as necessidades de inovação em diversas áreas como diagnóstico do estado capixaba no encontro nacional, como: compromisso social, saúde, fomento local, redução de desigualdades, segurança pública etc. Entre os desafios estão o acesso à tecnologia, a desigualdade de acesso à internet, o combate à disseminação de desinformação e fake news. Já entre as recomendações estratégicas estão a infraestrutura de Cidades Inteligentes, a equidade de gênero e inclusão, entre outros.
Plenária – o momento de plenária teve participação massiva do público presente. Foram 47 propostas da região Sudeste dentro dos quatro eixos estratégicos que fazem parte do escopo da conferência. Estudantes, pós-graduandos, professores, pesquisadores, profissionais das áreas de astrofísica, design, engenharias e de comunidades tradicionais participaram do momento com considerações importantes da sociedade civil, comunidade acadêmica para contribuir com a futura estratégia que será traçada pelo Governo Federal para CT&I pelos próximos 10 anos. A próxima fase será o envio dos relatórios que serão apresentados na 5ª Conferência Nacional.
Elis Lizardo, da comissão organizadora da 5CNCTI encerrou o encontro lembrando a importância do debate democrático e a escuta da comunidade. “A comunidade científica ainda é muito pequena se a gente for pensar no Brasil por inteiro. Poucas pessoas têm a oportunidade de produzir inovação, de desenvolver pesquisa e de patentear seus trabalhos. Os desafios são imensos. Mas quando eles são pensados, elaborados e compartilhados , eles se tornam cada vez mais possíveis de serem superados. E um espaço de participação social como este depois de 14 anos sem a comunidade científica e a população brasileira ser ouvida sobre ciência, tecnologia e inovação é uma riqueza”, salientou, frisando que agora chegou o momento de mudar essa realidade para os próximos 10 anos.